Recebi este texto por mail, que já havia lido no Expresso! Não resisti a postá-lo, espero que apreciem!
;) Apreciei, gostei,bisei, amei... iei, iei, iei....
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"Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas. Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber. Não é por falta de clareza. Serei muito claro.
Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo.
O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria. Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo".
O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios.
Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem.
A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.
Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido,do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas,farto de compreensões, farto de conveniências de serviço.
Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem,tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides,borra-botas, matadores do romance,romanticidas.
Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura,a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?
O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha.
publicado por crowe às 00:03
Saudades
Ai quem não as tem?!?!?!?!?!?
Não há mal em tê-las
em senti-las e em dizê-las, nomeando cada uma das saudades com pormenores de um dicionário ou de uma enciclopédia.
Eu tinha saudades de me rir mostrando os dentes todos. E tinha saudades ainda maiores de passar uma tarde preguiçosa com amigos com saudades minhas no olhar!
E tinha saudades, e continuo a tê-las, porque uma tarde aplacou mas não matou, as saudades (ou saudadinhas) de me rir a bandeiras despregadas por entre olhares amorosos trocados entre pessoas que são, como todos os habitantes deste planeta: loucas e defeituosas! Pessoas que falham, caem, sujam as mãos e se besuntam quando comem gelado
que são pessoas, adoráveis
Super Homens e Super Mulheres: os meus amigos.
Tinha saudades deles correrem para me abraçar e de sentir abraços quando me olham e ouvem
Tinha saudades! Mesmo muitas
Assim saudades, saudadinhas, grandes de ouvir alguém dizer de tantas maneiras inaudíveis que lhes faço falta
só por mim, e só por eles e só porque existimos e somos nós!
Tenho saudades que não morrem
as saudades são vossas das coisas que não dizemos, das que sabemos
eu tenho saudades vossas Super Amigos
aqueles que inventaram cores e pintaram o mundo comigo!
publicado por crowe às 21:07
More then you see
More then I say
More then a plea
More then away from us
More then anything
More then you see with your human eyes
Im more then just a women
More then the dream
or the true
Im more
Then just easy smiles
More then the plea you see
I show!
Im the lie I say
when I say I love to fly
Im afraid to fly! Afraid of eyes like yours
Im More afraid of your eyes then Im afraid to fly
Im more then you see
Im just a plea
look inside you will see
The real me
more then words
not just smiles!
Im more
then a lie you see
Im just me
More then a woman and always just me!
publicado por crowe às 22:37
O céu estava cinzento!
As nuvens carregadas!
Ao longe trovoada quebrava o silêncio mudo da casa!
Quantas vezes tinha prometido que nunca mais iria chorar mais do que uma simples lágrima?! Já nem eu própria acreditava nas minhas promessas a mim mesma!
A casa estava vazia e apesar de abertas as janelas nada entrava!
A luz baixa, os sons do mar, os gritos das gaivotas… nada!
Fechei as janelas zangada… podia começar a chover de repente e assim podia entrar a chuva e eu teria uma casa cheia de …água… que não viesse dos meus olhos!
Olhei para a cama, muito bem arrumada e num acesso de raiva desfi-la! Amarrotei os lençóis, espanquei as almofadas, atirei o edredão para o chão… nada me sossegava! Atirei-me para cima da cama desfeita, dos lençóis amarrotados… e prendendo o choro adormeci…acordei com o som da chuva a bater violentamente na vidraça das janelas e com o som do telefone!
A Joana… vinha a caminho com o Pedro! M***da! Não queria ver o Pedro!
Disfarcei os olhos inchados e vermelhos o melhor que pude e acendi a lareira. Ouvi o carro chegar enquanto refazia a trança… Não queria ver o Pedro!
A Joana entrou tagarela e feliz como sempre e o Pedro olhou para mim, o olhar estava vazio como a minha casa até a chuva ter chegado.
Não conseguia olhar para ele… não que sentisse raiva!... Sentia fúria e culpa! Mas esses sentimentos eram meus, não dele, não nossos… meus!
Entre chás e scones… lá para o fim da noite lá percebi pelo olhar dele porque tinha vindo com a Joana! E aí sim, tive realmente vontade de chorar… mas lágrimas gordas, nada de fiozinhos de água… Lágrimas com conteúdo… Ele tinha aparecido para fazermos as pazes… depois de dias…
Depois de horas entre trocas de olhares…fizemos as pazes sem palavras…!
Chiça às vezes abomino mesmo ser mulher! A facilidade com que choramos e nos sensibilizamos… raios partam as hormonas! Mas às vezes, odeio os homens e a sua facilidade em racionalizar tudo e, aí, adoro ser mulher!
Mas… adoro, especialmente: o cheirinho a canela que vem da cozinha pela manhã quando ele está, a facilidade com que fazemos as pazes, a forma como comunicamos com o olhar e o modo como a minha temperatura se adequa à dele só por estarmos perto… Odeio sentir-me magoada com coisas tão pequenas como palavras ou a falta delas… não conseguir deixar de me sentir vulnerável… tão vazia e tão preenchida ao mesmo tempo por me sentir como sinto: enamorada!
Chorar como uma tonta, ralhar-me a mim própria para momentos depois sorrir como uma tonta muito tonta com os olhos brilhantes … A minha amiga Joana chamar-lhe-ia “relação entre homem e mulher: insondável, indissociável ” e eu questiono-me: Relação ou ralação?!
Não sei! O que sei é que quando as "janelas" estão realmente abertas entra sempre algo... mesmo que um simples som... Quando as fechamos... ficamos vazios! Não choramos mas também não rimos!
publicado por crowe às 19:30