Na minha empenhada luta por escrever estas crónicas frente à piscina, à sombra de uma palapa ((foi um sofrimento estar ali de bloquinho, não quis correr o risco de abrasar o portátil molhando-o numa das minhas muitas visitas prolongadas às àguinhas tépidas e salgadas do oceano, lapiseira em punho a pensar)) recorri a um livro já velhinho que me costuma acompanhar nas férias e descobri estas citações que lá tinha passadas no capítulo de 1990(avisei que o livro era velhote!!). Bem, não sei o que pensaram delas mas eu fiquei feliz comigo, e com as citações tá claro, porque nessa altura teria uns doze anos (era uma teen a cheirar a pó talco) e decidi passá-las no meu livrinho. Leiam-nas e deixem de vossa justiça!
(...) " a poesia pede-me que viva atenta como uma antena, pede-me que viva sempre, que nunca me esqueça". (...) Sophia de Mello Breyner Andresen
(...) " basta amar as palavras para se escrever um poema". (...) Raymond Queneau
(...) "Basta de Realidade que se meta pelos olhos dentro! Agora é a vez de Ela ficar espantada connosco Poetas!". (...) Almada Negreiros
Se conhecem mais formas de explicar poesia mailem-mas... fiquei maravilhada com estas ((as coisas que descobrimos em tenra idade e vimos a relembrar tanto tempo mais tarde!))... agora venham outras! :)
@ e agora vem a parte dois do Vol. II:
Este pedacinho passou-se realmente neste dia de descobertas em livrito antigo e enorme conversa com portátil explicando-lhe o porquê de ficar fechado numa gaveta enquanto eu produzia estas crónicas à beira mar ou à beira da piscina. Foi complicado mas o portátil lá percebeu que não há remédio para a hipertensão provocada pela água do mar nos seus circuitos e lá fizemos as pazes! Ia almoçar todos os dias a um dos restaurantes da praia e os empregados que já me conheciam traziam-me sempre uma molheira com "molho de gallo"(uma mistura de pimento, tomate, cebola e sumo de lima que ardia quase tanto como um frasco de essência pura de malagueta) a acompanhar os totopos. eu até tenho esta receita mas nunca a fiz assim tipo combustível para nave espacial:P ... enfim, eu comi sempre a entrada e eles ficavam todos contentes ((nunca vi mais ninguém a quem trouxessem aquilo!!!)) até porque lhes expliquei que em Portugal usavamos malagueta nalguns pratos... naquele dia com o prato típico que o empregado me sugeriu ((e que vinha acom mil sabores a picante)) trouxe-me uma taça com pimentos jalapeños para acompanhar. Para quem não sabe os jalapeños são uns pimentos tipo malagueta mas muito mais explosivos, ora eu que ja estava aflita com o molho de gallo e o ceviche pensei em não tocar na taça mas o pobre empregado queria ensinar-me como eles comiam aquilo e meus amigos... esta que aqui vos fala... que tanto queria agradar o simpático senhor, descobriu o que será o inferno porque juro-vos que sai de la tão encharcada em suor e vermelha que não havia lagosta no mar como eu!
Lição: provem a comida e aproveitem a simpatia mas fujam dos jalapeños especialmente se são uma taça cheia!