Por vezes, às vezes
Prometemos e juramos
Pensamos e cremos…
Dizemos baixinho segredando,
Dizemos sussurrando ao ouvido,
O que queremos!
O que não queremos!
Pensamos com força (com uma ingenuidade de criança)
Esperando que aconteça… e que não aconteça!
Por vezes, às vezes
Temos receio e quase pavor que os nossos receios sejam verdades reais
Que não queremos!
Tapamos os ouvidos mas não os olhos
Os olhos abertos fixam e vêem aquilo que existe
E não cremos… porque não o queremos!
Por vezes, às vezes
As manchas de negro são extensas
E nenhum sorriso meloso
Aclara, adoça…cobre ou esquece!
Por vezes, às vezes
O tempo que levamos a ver é longo
Mas um dia vemos…
Não cremos nem queremos
Mas por vezes, às vezes…
Ouvimos e vemos e depois não há tempo que o leve…
E…ai… lamento… infelizmente…
Não esquecemos!

publicado por crowe às 23:24
O medo rugia-me no peito
Rasgando-o!
Não ouvia!
Queria acreditar que era a mente que me enganava
Que me pregava partidas maliciosas!
Não conseguia deixar nas gavetas da memoria
O Instantâneo que te tinha tirado.
Tropecei… tapei os ouvidos tentando não ouvir
Os pensamentos que me assolavam!
Cerrei os dentes.
Fiz caretas
O dia estava claro… a luz feria-me!
O medo rugia
A incerteza insinuava-se
Os avisos que ouvia eram
Frutos da árvore que alimentara
Tanto…tanto… tempo!
O instantâneo estava ali
Presente na minha mente
Não era o primeiro que te tirei!
Era o que tinha acabado de fotografar
Neste não estavas sozinho
Tinhas companhia!
O medo não rugia mais
A incerteza magoava
O peito gemia,
Em prantos
Ais!
@publicado: em HTTP://poiesis.blogs.sapo.pt
publicado por crowe às 23:00
O espaço cresceu entre nós
Deixaste, porquê?
E eu não vi, porquê?
O espaço diminuía quando te imaginava a ti…
Agora cresce como vale entre duas montanhas e estamos aqui!
Porquê?
Se sou… sinto…quero… ser
O que só conheço contigo!
Porquê?
A atitude caprichosa…desmedida… desconexa
De sofrer em companhia da solidão
Ser saudosa de quem está aqui comigo?!?!
Porquê?
Perdoa-me gostar de ti e não conseguir tocar-te!
Ter-te aqui perto e sem quês, porquês não conseguir sentir-te…
Fazer-te sentir-me!
Porquê?
Quero ficar sem fôlego e ser o que só consigo contigo!
(Sem psicanálise please... nem tudo o que se escreve é autobiográfico)
publicado por crowe às 19:08
Inspiraste
Entrei com o ar e alojei-me em ti
Num lugar sem portas ou janelas
Um lugar secreto…
Repleto de segredos
Que deslindei… um a um…
Expiraste
Sai com um sopro de ar.
Ficou a ideia minha
Pedacinho do que sou como um segredinho
Segredado em segredo e guardado
Numa mente sem portas ou janelas.
Ampola, de veneno, frágil que viaja no teu corpo.
Explosivo que te apodera o cérebro
Se pensares em mim… bumm…
Ele explode!
Fico eu…com os segredos teus
A pairar na minha consciência
Sem contar, sem prender
Aguardando o momento em que os teus segredos queiram
Ser parte de mim…
publicado por crowe às 18:19
Hoje pairou uma questão no ar...
De todas as formas existentes qual a tua preferida?
Respondi sem pensar
Sem pestanejar
Num só sopro de ar saiu:
Prefiro todas as formas que sejam circulares!
Depois pensei: porquê círculos?
Círculos representam ciclos,
Voltas completas que nos conduzem ao inicio!
Formas circulares porque a linha do sorriso é meio circulo
duas linhas de um sorriso são duas bocas a beijar
olhos: circulares!
Planetas, estrelas: formas circulares!
Matéria gasosa ou sólida que se une num circulo
A sua formação é um ciclo que culmina na tal forma: circular.
A barriga de uma grávida: circular!
A nossa forma inicial: um óvulo!
Adivinhem qual a sua forma?!
Circular!
De todas as forma existentes qual a tua preferida?
A forma circular!
publicado por crowe às 23:51
Em virtude dos últimos acontecimentos ...
deixo-vos aqui algo para pensar e quiça deixarem a vossa opinião pessoal ou cuidadosamente estudada!
Salve, meus irmãos africanos e lusitanos, do outro lado do oceano
"O Atlântico é pequeno pra nos separar, porque o sangue é mais forte que a água do mar"
Racismo, preconceito e discriminação em geral;
É uma burrice coletiva sem explicação
Afinal, que justificativa você me dá para um povo que precisa de união
Mas demonstra claramente
Infelizmente
Preconceitos mil
De naturezas diferentes
Mostrando que essa gente
Essa gente do Brasil é muito burra
E não enxerga um palmo à sua frente
Porque se fosse inteligente esse povo já teria agido de forma mais consciente
Eliminando da mente todo o preconceito
E não agindo com a burrice estampada no peito
A "elite" que devia dar um bom exemplo
É a primeira a demonstrar esse tipo de sentimento
Num complexo de superioridade infantil
Ou justificando um sistema de relação servil
E o povão vai como um bundão na onda do racismo e da discriminação
Não tem a união e não vê a solução da questão
Que por incrível que pareça está em nossas mãos
Só precisamos de uma reformulação geral
Uma espécie de lavagem cerebral
Racismo é burrice
Não seja um imbecil
Não seja um ignorante
Não se importe com a origem ou a cor do seu semelhante
O quê que importa se ele é nordestino e você não?
O quê que importa se ele é preto e você é branco
Aliás, branco no Brasil é difícil, porque no Brasil somos todos mestiços
Se você discorda, então olhe para trás
Olhe a nossa história
Os nossos ancestrais
O Brasil colonial não era igual a Portugal
A raiz do meu país era multirracial
Tinha índio, branco, amarelo, preto
Nascemos da mistura, então por que o preconceito?
Barrigas cresceram
O tempo passou
Nasceram os brasileiros, cada um com a sua cor
Uns com a pele clara, outros mais escura
Mas todos viemos da mesma mistura
Então presta atenção nessa sua babaquice
Pois como eu já disse racismo é burrice
Dê a ignorância um ponto final:
Faça uma lavagem cerebral
Racismo é burrice
Negro e nordestino constróem seu chão
Trabalhador da construção civil conhecido como peão
No Brasil, o mesmo negro que constrói o seu apartamento ou o que lava o chão de uma delegacia
É revistado e humilhado por um guarda nojento
Que ainda recebe o salário e o pão de cada dia graças ao negro, ao nordestino e a todos nós
Pagamos homens que pensam que ser humilhado não dói
O preconceito é uma coisa sem sentido
Tire a burrice do peito e me dê ouvidos
Me responda se você discriminaria
O Juiz Lalau ou o PC Farias
Não, você não faria isso não
Você aprendeu que preto é ladrão
Muitos negros roubam, mas muitos são roubados
E cuidado com esse branco aí parado do seu lado
Porque se ele passa fome
Sabe como é:
Ele rouba e mata um homem
Seja você ou seja o Pelé
Você e o Pelé morreriam igual
Então que morra o preconceito e viva a união racial
Quero ver essa música você aprender e fazer
A lavagem cerebral
Racismo é burrice
O racismo é burrice mas o mais burro não é o racista
É o que pensa que o racismo não existe
O pior cego é o que não quer ver
E o racismo está dentro de você
Porque o racista na verdade é um tremendo babaca
Que assimila os preconceitos porque tem cabeça fraca
E desde sempre não pára pra pensar
Nos conceitos que a sociedade insiste em lhe ensinar
E de pai pra filho o racismo passa
Em forma de piadas que teriam bem mais graça
Se não fossem o retrato da nossa ignorância
Transmitindo a discriminação desde a infância
E o que as crianças aprendem brincando
É nada mais nada menos do que a estupidez se propagando
Nenhum tipo de racismo - eu digo nenhum tipo de racismo - se justifica
Ninguém explica
Precisamos da lavagem cerebral pra acabar com esse lixo que é uma herança cultural
Todo mundo que é racista não sabe a razão
Então eu digo meu irmão
Seja do povão ou da "elite"
Não participe
Pois como eu já disse racismo é burrice
Como eu já disse racismo é burrice
Racismo é burrice
E se você é mais um burro, não me leve a mal
É hora de fazer uma lavagem cerebral
Mas isso é compromisso seu
Eu nem vou me meter
Quem vai lavar a sua mente não sou eu
É você.
publicado por crowe às 21:02
Num deserto inóspito e deserto
A martelo cravei as estacas em terra erma e infértil
Como o ventre de uma mulher que não gera
O deserto não gera vida!
Mas…eu… acampei no deserto!
Cravei as estacas na terra inóspita
Montei com aprumo a tenda e acampei.
Acampei e fiquei
A mercê dos ventos
…dos lamentos…
Da terra deserta do deserto
Que não gera vida…
Só gera tristeza…em forma de vento…
publicado por crowe às 19:03
Dei uma baforada no cigarro e senti um pigarrear atrás de mim! Olhei de soslaio e vi uma loira que me olhava de forma pouco amistosa! Dei uma baforada sôfrega em resposta e expirei o fumo languidamente! Ri interiormente, se ela imaginasse o mau feitio com que estava…fugia de certo!
O café chegou e eu olhava para o bloco em branco à minha frente! Há dias que não conseguia juntar duas palavras com sentido! Nada que pudesse formar uma frase com sentido. O prazo estava a acabar e eu só me lembrava que tinha atirado o telemóvel ao mar há 3 noites atrás! Estúpida… tinha-me livrado do número dele e de todos os outros… até o do meu editor! Anotei no papel, enquanto agradecia ao empregado, sem levantar a cabeça: nunca atirar o telemóvel ao mar! Atirar-me a mim nunca ao telemóvel, portátil ou pda.
A loira tocou-me no ombro! Olhei para cima:
- Sim?! - Olhei-a com a cara do meu mau – humor. Ela encolheu-se e compôs o decote. Imitei-a (Também tinha com que encher o decote, ora essa). Ela pareceu ficar furiosa e lembrei-me de onde a conhecia.
-O fumo do seu tabaco está a incomodar – me! - E pôs a mão na anca, sorrindo. Apontei-lhe o símbolo que indicava local de fumadores: - Pode dirigir-se para a zona de não – fumadores. - E sorri acendendo outro cigarro. Ela foi sentar-se. Começando a papaguear ao telemóvel, fazendo queixinhas de mim a alguém.
-Another one bites the dust! – Digo entredentes. Eu cá acho que é um comentário idiota para se fazer numa situação destas enquanto se espera que o café adquira uma temperatura aceitável. Também acho estranho que alguém se acaricie sentada numa cadeira enquanto beberica um chá num café lotado e se queixa do fumo dos cigarros dos outros e papagueia ao telefone! Devia ficar contente com o nosso fumo, assim ficava na neblina e podia acariciar-se mais a vontade! Mas que ideia a minha ter ideias quando a minha inspiração está tal como o meu bloco: em branco!
Depois de terminar o café lá me fui embora, decidida a tentar escrever qualquer coisa nem que fosse uma tese de batata frita!
Ideias em dias de calor?! Ai que difícil tê-las e impossível transcrevê-las!
publicado por crowe às 20:44
@ Um "desabafo de alma" de/por uma/uma leitor/leitora do blog :Tweety33!
Apreciem!
"Porquê?!" foi a pergunta que ela mais vezes ouviu ao longo de 20 anos.
Ouviu porque a fez a si própria. Ouviu porque lha faziam. Constantemente.
Primeiro, os amigos (um? dois? vários?!) a quem ela abriu um pouco - quase
nada, sempre a medo - a sua vida. Depois, à família dela e dele. Ou terá
começado por desabafar (a alma pedia ajuda!!) com a dele e só mais tarde com
a sua?!?! Já não se lembra... Nem interessa. Horas, dias, momentos tudo isso
ficou para trás. Não importam mais.
Porquê?!
Porque o amava.
Porquê?
Por vergonha.
Porquê?
Por medo.
Fases distintas de uma vida que gritava por liberdade. Mas os gritos dele soavam
mais alto. As mãos também. E deixavam marcas profundas. Os gritos. As mãos.
Porquê?
Porque ela o provocava - dizia ele. Dizia mas certamente não sentia. Só que
era mais fácil acusar. Culpa. Maldito sentimento que não nos deixa olhar a
vida de frente.
Não, não era culpa o que ele sentia. Era cobardia. Por isso acusava. Por isso
não se enfrentava a si próprio. -"Espelho, espelho meu... haverá alguém
mais culpado do que eu?!?!"
E se o "espelho" tivesse o dom de ver? Se pusesse a nu a sua alma? Pois,
assim sendo, melhor seria não perguntar nada. Não mexer na ferida. Nem na da
alma (sua e dela), nem nas feridas dela. Deixar que o tempo curasse e apagasse.
Sim, porque lá diz o ditado "que o tempo tudo cura". Havia de curar também
mais esta vez, e outra, e outra, e outra...
Porquê?
Porque já não aguentava mais. Desta vez, o corpo não tinha marcas, é
verdade. Mas ele enganara-se e enganara-a. O tempo só tinha cumprido a sua
função em parte. Só apagara as dores físicas. Não curara a alma dela. Não
lhe apagara (graças a Deus!!) a vontade de viver. E como ela desejava a vida.
Sentir paz e calma e tranquilidade... Nada disso ele lhe tinha dado. Pior,
tinha-a (quase) feito esquecer que era possível viver-se sem dor, sem medo,
sem raiva.
Quase... quase...
Porquê?
Porque ele não podia continuar a ganhar. A vida não é só perdas e ganhos.
Não pode ser. É partilha. É troca. É acreditar. Ele não acreditava. Ela
sim.
Porquê?
Porque a vida estava ali. Dentro dela.
@Autor: Tweety33
publicado por crowe às 17:42