De onde estava
Assisti à morte de um dia.
Ao enterro suave e ritmado do sol
Nas águas de um mar
E enquanto a luz se extinguia
Eu ficava ali no crepúsculo
Sentindo o mar acalmar.
Enquanto o sol persistia dando luz gaivotas esvoaçavam contentes dançando à sua frente poisando na sua cor... ou pairando sobre ela.
A luz fugia...
E as gaivotas que me serviam de companhia
Naquela praia já vazia... fugiam!
Iam levando a inquietude de um mar...
O mar acalmava e ali estava eu…Sozinha!
E chorei sozinha
Um choro profundo do fim de mundo…
Um choro
De lágrimas salgadas
Que chorei por todas as noites e dias
Vazias… sem nadas!
Chorava as lágrimas de um mar
Que tinha cá dentro
Que não guardava sol
Nem lua…
Guardava no mais íntimo de si
Um mundo que como a noite
Que chegava
Não tinha luz… estava no escuro!
Chorava por um fim anunciado
Lágrimas com sabor a mar
Que morriam nos lábios
E lá prendiam a dor
E as palavras… Quando a lua chegou: sorri!
Finalmente percebi,
Até no escuro,
no Nada Há sempre alguma luz, (mesmo que redonda) mesmo que emprestada
Que nos ajuda a afugentar a dor e o
Choro do mundo profundo e escondido
Que temos em nòs... E que é tudo ... não é nada!